terça-feira, 1 de outubro de 2013

A MÚSICA VOLTA OU NÃO VOLTA?!


EU QUERO EDUCAÇÃO MUSICAL NAS ESCOLAS!!!



Muito bom ver os artistas entrando nessa briga com a gente, fazendo questão da Educação Musical nas escolas! Vamos divulgar e compartilhar o vídeo!

A lei nº 11.769 trouxe a obrigatoriedade do ensino de música nas escolas, dando, inicialmente, um prazo para que as Instituições educacionais se adaptassem a esta exigência, até 2011. O prazo não foi cumprido, aliás, nem se fala mais nele. O que vemos, desde a lei, são concursos para a área de Música separados da área de Educação Artística, o que é um grande avanço. Assim, ao concorrer a uma vaga, o professor será avaliado de acordo com os conteúdos da sua área de formação, e terá autonomia para trabalhar com esses conteúdos nas escolas.


Algumas secretarias, porém, não se adaptaram nem neste quesito. No Estado do RJ, por exemplo, continuamos a ver concursos para professor de Educação Artística, com provas abrangendo conteúdos das três linguagens - cênicas, visuais e música - podendo o Professor ser formado em qualquer uma delas. O tipo de trabalho que ele irá desenvolver, depois de concursado, vai depender do entendimento da gestão, da aceitação e identificação das turmas, do espaço físico e material disponibilizado - ou não - pela escola, do Projeto Pedagógico, ou, simplesmente, da sua capacidade de "remar contra a maré".



Digo isto porque, durante os primeiros anos em exercício como PI de Educação Artística, na Secretaria Estadual de Educação do RJ, passei por várias escolas, complementando minha carga horária. Por inúmeras vezes, precisei lembrar aos coordenadores e até mesmo aos alunos, que sou habilitada em Música, e não em Artes Visuais. Nada contra a linguagem, absolutamente. Só não tenho, por exemplo, habilidades e competências necessárias para montar um mural, realizar um projeto de histórias em quadrinhos ou ensinar técnicas de pintura artesanal. Até gostaria, mas não tenho, e deixo claro que coordenadores e alunos não têm culpa sobre este fato. A razão para confusões como esta acontecerem - tenho certeza de que não sou a única -  está na falta de atenção e tratamento adequados à Arte dentro das nossas escolas.
Cada professor possui uma Linguagem, por formação. Cada linguagem possui suas especificidades e, consequentemente, suas diferentes necessidades. Uma sala grande e espelhada é o sonho de qualquer professor de Dança ou de Teatro, mas não atenderia a um professor de Artes visuais ou de Música, a não ser para um ensaio de coral ou banda, sendo necessário o isolamento acústico...



A falta de entendimento gera a falta de investimento e organização adequados, limitando, quase sempre, o nosso trabalho. Nas escolas da Rede Municipal do RJ - a SME/RJ voltou a realizar concursos para PI de Música em 2010 - os alunos passam por diferentes linguagens, a cada ano. Não há uma continuidade do trabalho do professor, apesar da "exigência" de diferentes conteúdos de uma mesma linguagem entre as séries. Além disso, muitas crianças só começam a ter contato com a música a partir do 6º ou 7º ano. Nesses casos, o trabalho de conscientização, estimulação e convencimento precedem todo o trabalho musical. Sem falar na obrigatoriedade de provas escritas e do cumprimento de currículos totalmente distantes da realidade dos alunos.


Fico aqui, em minha utopia, pensando no qual belo seria se nossas crianças, durante todo o processo educacional escolar, tivessem contato com todas as linguagens artísticas. Um contato vivo, forte, através de experiências, com o mínimo de recursos necessários. E que, a partir de um determinado momento - 6º ano, talvez - pudessem escolher uma das linguagens e passar por oficinas dentro das escolas, ministradas por professores da própria rede, como parte de sua carga horária. Afinal, a Arte, seja qual for, é para todos, mas a opção de seguí-la, depende da identificação, do talento, de uma boa instrução e de oportunidades. E este caminho pode começar bem cedo, dentro de uma sala de aula...

Professor, qual a sua realidade?!







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